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Review de Série: INVASION – 2ª Temporada


Invasion – Season 2 (2023)
Elenco: Golshifteh Farahani, Shamier Anderson, Shioli Kutsuna, Billy Barratt, India Brown, Enver Gjokaj, Naian González Norvind, Azhy Robertson, Nedra Marie Taylor, Paddy Holland, Shane Zaza
Criação: Simon Kinberg, David Weil
Direção: Vários
Cotação: 4,0/5,0

ATENÇÃO: caso você ainda não tenha assistido a segunda temporada de Invasion, o texto a seguir contém SPOILERS!

SINOPSE
Ambientada poucos meses após a invasão inicial, a segunda temporada de Invasion retrata um conflito intensificado entre alienígenas e humanos. A história se desenrola através das perspectivas de alguns personagens em diferentes continentes: Aneesha (Golshifteh Farahani), uma mãe que luta pela sobrevivência dos seus filhos; Mitsuki (Shioli Kutsuna), uma especialista que auxilia nos esforços de comunicação com a entidade alienígena da nave que caiu na Amazônia; Trevante (Shamier Anderson), um fuzileiro naval que se depara com um mistério em uma fazenda norte-americana; e os adolescentes Jamila (India Brown) e Monty (Paddy Holland), que rumam para a França em busca do colega de escola Caspar (Billy Barratt), que possui uma conexão incomum com os extraterrestres.

COMENTÁRIOS
Dentre as séries de ficção científica atualmente produzidas pela Apple, Invasion, criada por Simon Kinberg e David Well, não atinge os graus de originalidade e de prestígio de programas como Fundação, Silo, Ruptura e For All Mankind – todos, aliás, com avaliações mais positivas da crítica. E seria mesmo difícil que atingisse, afinal o tema da invasão alienígena já foi bastante explorado, e os realizadores não hesitam em empregar referências e elementos de filmes e séries conhecidos como A Chegada, Aliens – O Resgate, Independence Day, Stranger Things e, obviamente, Guerra dos Mundos. Por outro lado (e até por essas razões), possui atrativos de sobra para que seja recomendada aos apreciadores do gênero.

Após uma temporada inicial de ritmo lento, focada mais no estabelecimento dos personagens e à apresentação dos mistérios que envolvem a invasão, esta segunda traz alguns avanços significativos na trama, mais segmentos de ação e uma nova e mais letal versão da infantaria alienígena, batizada na tradução de “super-predadores”. Os caminhos da maior parte dos protagonistas, que até então corriam em separado, começam a convergir, mas é só no final desta temporada que eles realmente se conectam, antecipando um grande confronto que se desenvolverá nas próximas duas temporadas já planejadas por Kinberg.

Reencontramos os personagens ainda espalhados pelo mundo: Mitsuki, cuja busca para traduzir a língua dos alienígenas a levou do Japão para um laboratório na Amazônia, localizado dentro da primeira nave inimiga abatida e onde se encontra uma entidade de aparência gelatinosa; o grupo de colegiais viajando de Londres a Paris para encontrar seu amigo Caspar, cujas visões parecem prever os movimentos dos invasores; o ex-fuzileiro Trevante, investigando uma presença militar suspeita alojada em um grande buraco de uma fazenda no Wyoming; e Aneesha, também nos EUA, que viaja com seus filhos aparentemente sob a proteção de um fragmento alienígena com poderes misteriosos.

Mitsuki e o Alien

Ao final da temporada, os caminhos deles finalmente se cruzam. Aneesha e outros sobreviventes liderados por Clark (Enver Gjokaj) vão para a instalação militar, em busca de sua filha, que por acaso é onde Trevante se infiltrou para descobrir o que está acontecendo por ali. E enquanto Trevante está explorando a instalação subterrânea, ele se depara com uma videoconferência da qual participa seu amigo Caspar, que acabou de ter uma experiência extracorpórea, conversando com Mitsuki sobre um processo que envolve a mente coletiva alienígena. Se os 19 episódios anteriores da série falaram muito sobre “conexões”, é aqui que efetivamente elas se concretizam.

Como no final de um mistério de M. Night Shyamalan, tudo parece se encaixar de forma natural. Uma combinação da pesquisa de Mitsuki e do fragmento de Aneesha ajuda Trevante a entrar em um portal que o leva ao interior labiríntico da gigantesca nave-mãe. Lá ele reencontra Caspar (ou uma manifestação dele), e ambos rumam para uma ofensiva contra os alienígenas em seu próprio terreno. Tudo parece indicar que, ao contrário de muita séries do gênero que lançam tramas que nunca são resolvidas ou que realmente não levam a lugar nenhum, Invasion percorreu seu caminho de forma planejada e intencional. Caminho que certamente foi lento, mas neste ponto a trama, muitas vezes prejudicada por enredos um tanto confusos, chega a um ponto de foco, convergência, com os personagens tendo objetivos claros pela frente.

O interessante é que a série fez isso mantendo seu mistério central intacto. Ainda não sabemos quase nada sobre os alienígenas ou o que eles querem. Como a história foi contada até aqui sob a perspectiva humana, estamos no escuro da mesma forma que os sobreviventes. Se a primeira temporada foi o capítulo de abertura de um épico muito maior, a segunda é um ponto intermediário, que moveu todos os personagens exatamente para onde eles precisavam estar para que grandes coisas acontecessem. Segundo Kinberg, a partir da terceira temporada (e até o momento em que escrevo este review Invasion ainda não foi renovada) a série ganhará outra dinâmica ao trazer a luta para os alienígenas, e as grandes respostas deverão começar a surgir.

A duas temporadas de Invasion estão disponíveis no serviço de streaming Apple TV+.

Jorge Saldanha

1 comentário em “Review de Série: INVASION – 2ª Temporada

  1. Terminei de assistir a segunda temporada noite passada e gostei muito do que vi. O ritmo mais acelerado foi muito bem vindo. Alguns plots poderiam ter sido resolvidos mais objetivamente, mas acho que dentro do universo da série, funcionaram bem. Gostei muito dos efeitos especiais, principalmente o da entidade-portal com quem a Yamato interagiu. Estou ansioso pela terceira temporada.
    Aliás, aprovetando o encejo, crítica muito bem escrita, gostei bastante!

    Curtido por 1 pessoa

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