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Resenha: JOHN CARTER – ENTRE DOIS MUNDOS


JOHN CARTER – ENTRE DOIS MUNDOS (John Carter, EUA, 2012)
Gênero: Ficção Científica
Duração: 132 min.
ElencoTaylor Kitsch, Lynn Collins, Samantha Morton, Mark Strong, Ciarán Hinds, Dominic West, James Purefoy, Daryl Sabara, Polly Walker, Bryan Cranston, Thomas Hayden Church, Willem Dafoe
Trilha Sonora: Michael Giacchino
Roteiro: Michael Chabon, Andrew Stanton, Mark Andrews
Direção: Andrew Stanton
Cotação: ***

Não é que JOHN CARTER – ENTRE DOIS MUNDOS (2012) é uma aventura bem decente? Achei até estranho, já que só falam do quanto o filme deu prejuízo para a Disney. De todo modo, trata-se de uma aventura que tem o sabor de velhos filmes que se assistia antigamente, na Sessão da Tarde. Refiro-me mais à narrativa do que aos efeitos especiais, claro.

Se Brad Bird conseguiu migrar para o live action, com MISSÃO: IMPOSSÍVEL – PROTOCOLO FANTASMA, agora foi a vez de Andrew Stanton, o elogiado responsável pelas animações PROCURANDO NEMO (2003) e WALL-E (2008). Não que ele tenha se livrado de vez das animações por computador, pois as criaturas de quatro braços do planeta Marte que o protagonista encontra são todas animações de última geração. E já estamos tão acostumados com CGI que os efeitos do filme são o que menos impressiona. Na verdade, é o que menos importa.

O que importa é o filme conseguir atrair a atenção com um herói praticamente desconhecido do grande público. Eu, pelo menos, sabia que Edgar Rice Burroughs era o criador de Tarzan, mas não conhecia esse outro personagem importante de sua literatura. E o interessante é que já haviam feito um filme contando basicamente a mesma história de JOHN CARTER chamado PRINCESS OF MARS. Só que é uma produção bem menos ambiciosa, digamos assim, já que a princesa é interpretada por Traci Lords. Como o filme é recente (de 2009), talvez nem mesmo a presença de Traci seja um chamariz, já que ela já não deve ter a mesma beleza dos tempos áureos do pornô, nem dos tempos em que começou a fazer policiais B.

A princesa de Marte de JOHN CARTER é a bela Lynn Collins, que já encantou quem a viu na primeira temporada de TRUE BLOOD e em X-MEN: ORIGENS – WOLVERINE. E o jovem rapaz que interpreta o aventureiro que não quer saber de lutar contra apaches e depois é transportado para Marte, tornando-se uma espécie de super-herói graças à diferença de gravidade entre os dois planetas, é Taylor Kitsch, com grandes chances de chegar ao estrelato.

Quanto ao filme, a aventura é boa, mas acredito que a duração poderia ser um pouco menor. Essa onda de blockbusters (e até comédias) com mais de duas horas de duração deveria ter os seus limites. Eu não me incomodei tanto, mas vi pessoas desistindo do filme no meio, achando chato provavelmente. Não se esperando muito, é possível, sim, se divertir e curtir JOHN CARTER. Lembrando que o personagem é o precursor de muita coisa que veio depois: Star Wars, Senhor dos Anéis e até Superman e Hulk.

Ailton Monteiro
[via ScoreTrack.net]

12 comentários em “Resenha: JOHN CARTER – ENTRE DOIS MUNDOS

  1. Edilson Rodrigues Palhares

    Edgar Rice Burroughs, o autor do romance Uma Princesa de Marte (cujo roteiro de John Carter se inspira) foi um pioneiro muitas vezes esquecido. Esta obra serviu de inspiração para Star Wars (impérios space opera), Duna (o povo do deserto, a ecologia etc), Avatar (visual das criaturas, a sociologia etc), Superman (o alienígena que ganha poderes por estar em um planeta diferente) etc., mas também ainda impulsionou Carl Sagan para a Astronomia. Seu Tarzan inspirou dezenas de filmes, onde destago o belíssimo “Greystock, A lenda de Tarzan”. E sim, Rice é responsável por obras que viraram deliciosos filmes nos anos 70 que nos 80 foram figurinhas fáceis nas sessões da tarde da vida, como A Terra que o Mundo Esqueceu e sua continuação, O Povo que o Mundo Esqueceu. Rice fazia uma FC hoje vista como ingenua, mas que para sua época era perfeitamente plausível. Se durante muito tempo se acreditou em criaturas verdes de Marte, em canais para transportar água para civilizações moribundas, ou que dinossauros poderiam habitar continentes perdidos, sem dúvida, muito disse deve-se a Rice. O filme Princisa de Marte, de 2009, é muito trash, mas em alguns pontos segue a obra do autor com exatidão. Ja o filme John Carter toma certas liberdades que com certeza o autor aprovaria. De forma alguma é um filme chato. As pessoas que saíram antes do filme acabar, como dito na resenha, perderam uma boa oportunidade de se divertir para valer com uma obra que parece imitar as demais, mas que na verdade, ela é que é imitada.

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  2. Ormuz Rivaldo

    Depois de ler, aqui mesmo, no Scifibr, sobre como a Disney havia menosprezado a divulgação de John Carter e assistir ao trailer que ‘deveria’ ter sido feito, fui conferir. Me perdoem, mas preciso ser sincero: John Carter não é ‘chato’! É bem mais do que isto. É CHAAATTOOO demais. E é muito, muito ruim. Noves fora precisar concordar que a obra de ER Burroughs ‘inspirou’ incontáveis histórias, filmes etc que, é fato, se tornaram referência da Sci Fi. Mas uma coisa é a ‘obra’ de Burroughs. John Carter é ‘outra coisa’. E, como ‘uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa’, o filme da Disney simplesmente naufragou em seus próprios defeitos. A produção, ao se render aos clichês que o (livro) ‘Uma Princesa de Marte,’ eventual e mais que possivelmente, possa ter um dia alimentado, virou uma colcha de retalhos dele mesmo. Impossível não notar que o filme (não o livro) é ‘dejá-vu’. E aí a culpa é só de quem o produziu. Pra não me estender, Burroughs, de quem tantos outros ‘beberam na fonte’, se inspirou também em outro escritor clássico da Sci Fi. Este clássico é HG Wells. Mais precisamente em ‘A Máquina do Tempo’ (1895). Ou nunca ninguém havia visto um sujeito sair do seu tempo-mundo, viajar para outro, encontrar uma ‘princesa’ e retornar só pra depois retornar de novo pra ficar com seu amor? Pra concluir, ‘Uma Princesa de Marte’ saiu em 1912. Ta completando 100 anos. ABS

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