Música composta por Hans Zimmer
Selo: WaterTower Music/Reprise
Catálogo: 524667-2
Lançamento: 13/07/2010
Cotação: *****
Hans Zimmer está com certeza na minha lista top 10 de compositores. Compositor inteligente e criativo, ele vem atravessando sua melhor fase, compondo trilhas cada vez mais elaboradas e de qualidade. Em Inception – que no Brasil se chamará A Origem – ele faz uma trilha que inicialmente é simples por não ter variações em termos de notas; mas que consegue nos passar o mistério e a fantasia necessários para a trama, tornando seu score inesquecível e já se pondo como a grande trilha do ano até o presente momento. Para a execução da trilha, Hans chamou o guitarrista e ex-membro do grupo The Smiths, Johnny Marr, o que dá um nível a mais na produção do score.
A trilha começa com a faixa “Half Remembered Dream”, que mistura o tema principal a violoncelos e instrumentos de sopro pesados, que após dão lugar à violinos em andamento pianinho com a trilha novamente em um crescente no final. Em “We Built Our Own World” as cordas aparecem em uma melodia tensa mais nostálgica, onde há um piano de fundo assim como suaves instrumentos eletrônicos para “pesar” um pouco mais a harmonia da faixa. Já em “Dream is Collapsing” há plena participação de Johnny Marr, onde através de sua guitarra misturada à orquestra e a sintetizadores eletrônicos, é criada uma atmosfera de mistério e apresentação do desconhecido através de suas notas.
“Radical Notion” é outra faixa de destaque, por alternar pausas à execução crescente das notas, onde o oboé fica ao fundo criando base para a parte instrumental. “Old Souls” também é belíssima, justamente por misturar o contemporâneo da guitarra ao eletrônico e ao piano, dando um tom épico ao ritmo da faixa (lembrando um pouco o estilo de Marco Beltrami e Buck Sanders na trilha de Guerra ao Terror).
Já “528491” é tensa e enigmática, onde a beleza fica à mostra nos violinos que executam a parte dramática da faixa, em uma mistura de sons e sentimentos. “Mombasa” também é excelente por ser extremamente ácida poderosa, e ter seu andamento totalmente em um ritmo frenético. “One Simple Idea” lembra o estilo de Zimmer em outros scores seus, como O Código Da Vinci e Frost/Nixon, através das cordas instigantes. E “Dream Within A Dream” para mim lembra muito o tema de Réquiem for a Dream de Clint Mansell, pelo drama da melodia executada.
Outra grande estrela desta trilha é “Waiting For A Train”, pela explosão de notas e melodias e por ainda ter samples de “Non Je ne Regrette Rien” de Edith Piaf, já se percebendo que se trata de uma faixa importante para a trama. “Paradox” também é importante por sua esfera obscura e fechada, mas é “Time” que realmente se torna o grande trunfo deste score. A última faixa do álbum começa suavemente com um piano pianinho, tocando o tema do longa, onde após violoncelos começam a acompanhar a melodia nostálgica e apaixonante que, de tão simples, utiliza sua pureza para chegar ao fundo do coração do ouvinte. Aparecem após os violinos e violas, uma voz de fundo e claro, a guitarra de Johnny Marr, onde juntos, orquestra, guitarra, voz e piano, ecoam como um oceano tempestivo e pulsante para chegar à alma de uma trilha que consegue o feito de ser emocionante, técnica, visionária, incrível e, acima de tudo, bela.
Independentemente de qualquer premiação que venha a receber, Zimmer conseguiu um grande feito – compor uma das melhores trilhas de sua vida com a mistura do velho do novo, da razão e da emoção, atingindo em cheio os confins do universo pessoal de cada ouvinte.
Faixas:
1. Half Remembered Dream
2. We Built Our Own World
3. Dream Is Collapsing
4. Radical Notion
5. Old Souls
6. 528491
7. Mombasa
8. One Simple Idea
9. Dream Within A Dream
10. Waiting For A Train
11. Paradox
12. Time
Duração: 49:20
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meu Deus, como é que não descobri esse site antes!! Jorge meus parabéns pela resenha! Adoro as faixas:
Dream Is Collapsing, Mombasa e Dream Within A Dream
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Obrigado pela força!
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Achei que esta trilha tem uma pitada considerável de Batman Begins, e mesmo assim, consegue ser bastante particular.
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O próprio Nolan deve ter solicitado a Zimmer algo nesse sentido. Porém, fora um “vibe” meio pesado comum às 2 trilhas, a de Inception é distinta. É bem mais melancólica, por exemplo.
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